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Posted by Rubia Cunha on Segunda, 27 de abril de 2015

Ao topo do Pináculo Elétrico, minhas asas estremecem.

Meus olhos se esmiúçam e ponho-me de pé, sentindo a lufada estranha daquele vento que me trazia o cheiro de coisas que muitos temiam não existir em minha alma.

Um salto distante e pude sentir o cabelo açoitando meu rosto pálido, onde o brilho avermelhado se intensificava em meu olhar tão sério.

As asas se abriam plenamente tão próximas do chão e minhas mãos deslizavam naquelas sombras que circundavam o Palácio e Arcádia.

Ainda úmidas, vivas, pulsantes.

As criaturas temiam, mas o pulsar forte do coração do Rei atraía os curiosos.

Demais criaturas tão singelas em suas formas, lançavam seus olhares desejando ver os campos verdejantes de Arcádia uma vez mais.

Meus dedos ainda deslizavam sobre aquelas sombras com imenso carinho e respeito, pois eu as compreendia, respirava, as sentia.

Jamais as temi em meus momentos de solidão e fechava meus olhos, deixando-as entrarem mais fortes em meu coração.

Meu corpo subia imponente aos céus, acariciado pelos ventos em um bailar que me conduzia e que se deixava ser conduzido.

Um sentimento tão forte e poderoso como aquele e repentinamente me vejo diante dos parapeitos corroídos.

Arfante…

Com o olhar fixo naquela imagem que se revelava diante de meus olhos.

Meus lábios se entreabrem…

Meu olhar busca algo mais sobre o meu ombro enquanto vou deixando meus pés pousarem leves naquele parapeito…

Abaixando meu corpo aos poucos…

Sentindo meu coração acelerar enquanto minha respiração buscava ritmar-se novamente.

Podia sentir aquele calor que um dia senti ao meu redor, mesmo com o mundo mergulhado em sombras.

Sentia minhas asas imponentes em sua negritude…

A beleza existente naquilo tudo…