As noites fugidias buscam em sua agonia, explicações, padrões, explosões que não ocorrem mais.
Clamam, gritam, suplicam pela volta do amanhecer.
Sorrio e digo que o retorno ainda que breve, tardará a chegar.
Velhas cartas surgem aos montes, trazendo ao peito aberto os venenos tão deleitados.
Sorrio ao eriçar da pele, ao cheiro de sangue derramado, ao coração acelerado.
Sinto as garras frias, aproximando de meu lar.
Venham, aproximem-se… Não sou mais a brisa que afaga…
Sou o ar que sufoca…
A lança que mata…
Ri, em brilho doentio que raia ao meu olhar.
Ri, ao frio mortífero que em minhas garras está.
Venha…. Dê-me espaço de novo… Escute meu canto em alvoroço… Deixe-me mais uma vez brincar.
Desta vez sou eu quem rirá…
Não! Não se espante, nem se afaste. Venha comigo bailar…
Não dissera que eu precisava vencer meus próprios demônios?
Eu venci! Devorei cada um daqueles que estava a me devorar e sabe o que mais?
Tornei meu corpo o próprio pesar…
Chorem…
Chorem tantos, chorem muitos…
Lamentem por tanto brincar…
Arrependam-se em seu próprio amargar…
Pois não sou mais único…
Muito menos poucos…
Saibam agora que tem com quem se preocupar…
Porque somos muitos…