Ouço as feras feridas em derradeiros prantos. Seus gritos portentosos se tornaram espantos. Quão fortes eram os ritos que evocavam aos cantos, quando hoje clamam por meu acalanto.

Fracas tornaram-se as criaturas pomposas e mostram espanto ao fechar de minhas asas. Suspiro e digo o quão tolo achavam que eu era? Que os defenderia em lutas incertas?

Ah! Tolas criaturas mortais, que viram em quantas batalhas mergulhei para defendê-los e até mesmo despertá-los da cegueira que possuíam, mas alerto-os apenas algumas vezes e em suas teimosias deixo-os só em seus lamentos.

Canso-me de ver as criaturas abjetas, em seus sonhos dejetos, em suas esperanças fúteis, em sua mesquinhez torpe.

Canso-me das batalhas repetitivas, de sussurrar-lhes aos ouvidos, de ferir minhas asas e recuperar-me de seus sofrimentos.

Sorrio em meu olhar frio, em minha falta de sentimentos, em não sentir a mesma compaixão antes sentida, em perceber a podridão das almas ingratas e invejosas.

Divirto-me em vê-los tentando me enganar e canso-me mais uma vez de tentar compreender por que os humanos tão tolos acham que o Criador é mais grandioso?

Contenho meu riso e penso comigo, se os humanos não seriam mais felizes se vissem tudo aquilo?

Mas eis que surge o pensamento perdido, confuso ao buscar a reposta do que se trata o que estou a falar e em meu ato descrito apenas posso alertar que Ele, anda cansado, tão cansado quanto me encontro. Andamos todos cansados das duvidas e dos sentimentos, das angustias e das cobiças. Andamos cansados de ver que tudo que foi dito, já foi esquecido e então aqui me retiro, pois há alguém que ache isso mais divertido.

Minhas sinceras lástimas,
Az.