Naquele local calmo aonde as pessoas encontram paz e silêncio, ela dorme entre os barulhos de uma casa completamente viva nas horas sombrias. Mas não é apenas a Inquisidora que escuta o respirar da casa e suas vozes, o mesmo acontece com o cigano que não possuí a mácula do batismo religioso. Ele mostra-se mais preocupado, receoso como todo bom cigano se preocupa com maldições e assombrações, já ela…
É interessante vê-la caminhando naquele local, observando as sombras, mudando algumas coisas de lugar apenas para trazer mais vida àquela casa. Bem informada, ela não pediu licença ao falecido Criador de Magia que já foi vislumbrado e devotado em reinos arcadianos. Não por desrespeito, mas talvez por que ela esteja o procurando de alguma forma.
Também tenho a observado invocando magia antiga e me preocupar com o cigano que desde então não consegue ficar sozinho à noite dentro da casa grande. No entanto o rapaz tem pedido permissão para entrar e dormir naquele local e ela tem demorado a dormir apenas a escutar os sons e conversando mentalmente.
– Você parece se divertir com os sustos. Em contar para as pessoas sobre as possíveis assombrações que rolam por aqui.
Tenho pena do cigano ao vê-lo lamentar, despercebido do esquecimento de seus pequenos símbolos de proteção dentro da casa grande e confesso que me preocupo ao vê a inquisidora sorrir com sarcasmo e respondê-lo que não há nada para se preocupar.
– Não para você… Como é que você consegue. Você não tem medo?
“Tenho coisas piores para me preocupar” é o que ela gostaria de responder para o cigano, mas ela me observa ao canto, apenas a vigiando, quase adivinhando meus pensamentos.
– Engraçado… – ela responde ao cigano – Eu tenho mais receios na casa que você desejava ficar do que nesta que estamos hospedados…
O cigano fica sem compreender, mas sei que o recado que a inquisidora deu, foi justamente para mim…