Veja também: Amores Platônicos
O Cupido brinca e faz graça;
Enche o ar com suas risadas…
Prepara seu arco e mira o alvo com seu olho diretor certeiro, porém este Anjo não possui mais tempo.
Observa, analisa e suspira…
— Não tenho mais tempo para isso!
O Cupido não compreende, colocou no caminho do Asas Negras alguém perfeito.
Alguém que o trata com carinho e com respeito, mas o Anjo parte a flecha em desrespeito…
— Por que fizeste isso? Tudo que desejo é te dar um pouco de carinho!!!
O Anjo, com asas negras como o Abismo, lança suas sombras sobre o tolo Cupido.
— Desejas ferir quem já possui o corpo cheio de cicatrizes. Trazes ilusões de um amor perfeito, mas não te preocupas em ver que tais oferendas já possuem o coração rendido. Todos que trouxeste são poços de contemplação. Imagens ilusórias de uma imperfeita perfeição…
O Cupido se sente ofendido e mostra que não é um bom amigo…
— Também pudera! Fechaste teu coração e não aproveitas a oportunidade que eu crio, com as pessoas que tanto imaginas momentos de carinhos, de amores, de…
— De sentir um abraço em que me sinta protegido?
Asas Negras sorri desanimado; lembrando das falas do suposto amigo, murmura fechando as asas ao redor do Cupido.
— Amores platônicos existem aos montes, aos milhares, meu caro Cupido, mas eles ainda são platônicos e platônicos devem permanecer ou então não seriam conhecidos pelo que são e tornar-se-iam frivolidades de um maldito coração. Abandone tuas ilusões e acalma teu coração.
O Cupido imerso na escuridão daquelas asas, grita em desespero por alguma salvação.
— Não! Não!!! Por favor não!!!