– “Mooorteee”
Aquelas palavras vieram como um mal agouro para Alecsander quando escutou a minha pergunta. Eu não faria nem idéia naquele momento do que meu irmão estaria passando, mas não podia deixar de perceber a agonia naqueles olhos.
– “Alguém irá morrer. É preciso….”
Alec começava a ranger os dentes e Júlia ainda não havia respondido a minha questão.
– Júlia, aonde está o nosso filho? – Alec resolveu perguntar mais uma vez, ao perceber que Júlia não me responderia.
– Não se preocupe meu amado. O Nosso filho está bem. Está bem acompanhado. -Respondia Júlia estranhamente tranqüila.
– “Sanguee… Sanguee…”
Alec segurou então o braço de Júlia, olhando-a de forma séria. Algo o incomodava e mesmo que ele disesse o contrário eu já não conseguiria mais acreditar nele.
– Júlia, você lembrou de alimentar o nosso filho?
Júlia se incomodava com o apertão em seu braço e ela então tenta soltar o braço.
– Claro que eu alimentei ele. Ele não parava de chorar. Estava faminto… – Júlia então ri um pouco nervosa, notando que Alec não a soltaria. – Eu apenas tive que dar um pouco de meu sangue para ele.
– Você o que? – Alec soltava Júlia. Tudo que eu tinha dito a ele, estava se concretizando. Pude ver meu irmão rangendo os dentes, pude ver a desolação em seu olhar e Júlia também percebeu isso. Alec compreendia que agora mais do que nunca a criança deveria morrer e se Júlia interferisse mesmo destino ela deveria ter. Ou era isso, ou ele teria que me matar, já que banquei Deus para salvar o filho dele.
– Alec, meu amor. O que está acontecendo? Por que você ficou assim? – Perguntava Júlia não compreendendo seu crime e Alec apenas erguia o olhar desolado para ela. Pude ver as lágrimas nos olhos de meu irmão. Ele não iria conseguir explicar para ela e isso estava bem claro, então nada mais pude fazer a não ser explicar.
– Júlia. Seu filho deverá morrer. Cometi um erro imperdoável por ter interferido e o fato de vc ter alimentado seu filho com seu sangue amaldiçoado, trará a morte para muitos.
– Não. Você não matará meu filho, ele não tem culpa. Você.. Eu não deixarei você matar meu filho… – Descontrolou-se Júlia com a notícia dada de forma tão fria para ela. Se ela pudesse ela me mataria ali naquele exato momento, como toda mãe que defende seu rebento, mas Alec a segurou. Tentou a controlar.
– Eu imaginei que isso aconteceria. – Ergui-me e então olhei para meu irmão e a vampira. – Há outra forma…
– Não Alice! Você não vai se sacrificar. Eu não vou permitir que você se mate para quebrar a maldição!
Júlia então se solta e olha para Alec, o que estava acontecendo afinal? Quer dizer que Alice poderia se matar, desejava até se matar para acabar com a maldição, mas Alec não deixava? Que monstro era aquele que estava pensando em salvar a irmã e não salvar o filho? Júlia não reconhecia mais seu amado e então batia nele.
– Eu não posso deixar nosso filho morrer. Ele não tem culpa! – Júlia esmurrava o peito de Alec, que tentava a fazer compreender.
– COMPREENDA. OU ELE MORRE, OU UM DE NÓS DEVEREMOS MORRER…
Era claro que Júlia iria preferir a minha morte. Era claro que Alec não iria querer que eu morresse. cada vez mais eu compreendia que eu teria que fazer aquilo que prometi a Togarini. A magia tinha seus preços e ficar ali junto a eles, enquanto ambos os pais tentavam compreender este preço era pura perda de tempo.