Eles brigavam. Discutiam entre eles o porquê de tudo aquilo. Acusações eram feitas e defesas feitas com tamanha intensidade e nem mesmo eles poderiam notar o momento exato que eu saí. Eu não poderia esperar aquela guerra entre eles terminar. Já sabia o que fazer, então cabia à minha pessoa resolver toda aquela situação. Naquela noite ou eu, ou a criança deixaria de existir, mas também tinha a possibilidade de tudo se encerrar com a morte da criança e a minha.
– Você!!! – Gritou Júlia buscando a culpada de tudo e ali mesmo seus olhos buscaram por um corpo inexistente.
– Alec… ALEC… – Ergueu-se depressa, buscando por aquela mulher de olhos frios e sinal de mal agouro e Alec se erguia olhando desnorteado, buscando por sua irmã. Estavam brigando tanto que se admirava por uma humana tapear uma vampira e ele, um lycan. Júlia buscou por Alice no bar e saiu correndo ao ver que a agente não estava por ali. Alec temendo e ao mesmo tempo imaginando o que poderia estar acontecendo tenta alcançar sua amada.
– VOCÊ NÃO MATARÁ O MEU FILHO! – Foi o grito que eu pude escutar quando sentia o baque de meu corpo ao chão e aquela vampira tresloucada e possessa tentando me enforcar, mas Júlia também pode sentir meus pés se encaixando no abdômen dela e a jogando para trás, enquanto eu acabava de girar meu corpo e me erguer.
Quando é que aqueles seres aprenderiam que eu nunca estaria 100% do tempo alheia às ações deles?
Júlia já partia para cima de mim, quando ela pode escutar uma simples palavra:
– Infernum!
Confesso que eu sorriria em outra ocasião, mas ver aquela vampira gritando de pavor e logo atrás ver Alec saltando entre as chamas para salvá-la, causaram-me apenas uma reação:
– VOCÊ SABE QUE TEM DE SER FEITO! SEGURE-A SE VOCÊ A AMA E NÃO VENHA ATRÁS, OU TODOS NÓS MORREREMOS!
Pude ver o desespero de meu irmão. Era claro que ele a amava, era claro que ele sabia o que eu faria. Júlia gritava de dor por conta das queimaduras que ela sofreue pude ver quando ele segurou sua amada, rosnando alto para mim e evitando me olhar:
– VÁ! FAÇA O QUE DEVE SER FEITO!
Não esperei mais. Eu sabia que poderia contar com meu irmão. Ele faria de tudo para segurar Júlia, mesmo que com isso ele perdesse uma irmã. Era uma decisão difícil e imposta a ele e eu não esperava menos do que a resposta que eu escutei.