Não sei o que aconteceu com Jean depois que eu saí do prédio. Podia imaginar milhares de situações como o desnorteio que o pegou de jeito. O fato de que ele iria enfrentar algo sem ter a minha presença suicida ao seu lado. Não. Eu nem sequer podia me dar o luxo de pensar no que aconteceu ou no que viria a acontecer com ele. O telefonema que eu tinha recebido falava sobre um bar nas proximidades de Nova Orleans. Ele ficava na área pantanosa da cidade que costuma envolver muitos mistérios.
– “Compreenda Lupin! O local parece estar perdido no mundo. Vários casos estranhos andam ocorrendo naquela área. Muitas pessoas andam morrendo e pelos relatos que tivemos, o caso é predestinado à sua seção. Você estará sozinha! Qualquer coisa que aconteça não poderemos nos responsabilizar.”
Eu repassava estas palavras em minha mente, enquanto dirigia de forma rápida pela cidade. A diretoria do F.B.I. não podia designar mais ninguém para aquela área. Pelas poucas fotos e relatos que me entregaram, eu sabia que estaria entrando na escória que sempre foi visada pela minha seção.
A pista asfaltada havia terminado e logo depois eu continuava mantendo a mesma velocidade em uma estrada de terra.
– Só mesmo a escória para escolher um local como este!
Murmuro, enquanto minha mente se mantinha longe e meus instintos diziam quando virar nas curvas, evitando que eu me acidentasse.
– Bingo!
Lá estava aquele cenário, digno de filme de terror, mas o filme estava acontecendo bem próximo dos pobres cordeiros de Deus. Meu carro estava preparado para entrar em uma guerra. A blindagem havia sido reforçada, há pouco tempo. O Jaguar combinava com os carros que estavam estacionados na frente do bar que tinha o aspecto de um velho casarão. Ao estacionar, observo a área ao redor. Um lago, a floresta com seus pântanos, e aquele casarão feito em pedra, com grandes janelas que mostravam o movimento exacerbado do local.
– Iluminação fraca no interior, dando um aspecto de um bom Pub.
Os óculos eram ajeitados diante de meus olhos, mantendo desta forma a verdadeira cor deles ocultas para engraçadinhos que quisessem soltar comentários. Era interessante notar também, que as pessoas entravam fortemente armadas.
– Aonde foi parar o bom senso?
Eu sabia que não havia bom senso naquilo tudo. As ordens eram claras. Se os humanos fossem vítimas daqueles seres, o bar seria destruído sem pestanejar. Era hora de começar a nova tocaia.
– Deseart Eagles, balas de prata e espada.
O sorriso surge em meus lábios enquanto eu saía do carro de forma tranqüila.
– Hora da caça!
Alarme do carro ligado. Um sorriso sádico nos lábios e um breve aviso.
– Não toquem no carro!
Quem estava chegando na área poderia vir a não compreender o porquê do aviso, mas o estalo alto, junto ao cheiro de carne queimada que caía com um baque brusco, deixou claro qual era o sistema do Jaguar contra roubo.
– Eu avisei!