Alecsander segurava meu braço e deixava claro que não queria que eu partisse daquele lugar, pois ele ainda tinha muitas coisas para esclarecer. Era claro que a nossa conversa ainda não tinha acabado e que ainda tinha muitas coisas em aberto. Feridas que eu abri por estar intrigada demais. Alecsander estava perturbado, por ter sentido dor na hora que eu me cortei e mais perturbado ele ficou com o cheiro que meu sangue possuía. Eu não o culpava, porque a agitação que ele sentiu eu pude sentir como se esta agitação fosse minha, assim como as preocupações que ele possuía e a maior preocupação era Julia que olhava para eles dois e se aproximava para saber o que diabos estava acontecendo.
– Quem é você afinal? O que você quer realmente comigo?
Alecsander me interrogava, quando o inverso é o que deveria estar acontecendo. Eu podia simplesmente queimar a mão dele, puxar a minha arma e acabar com aquilo de uma vez por todas.
– Alice Lupin. Agente especial do F.B.I. designada para eliminar pessoas como você. Recebi ordens de executá-lo, assim como recebi ordens para executar sua namorada, uma possível entidade eólica e mais dois companheiros seus. Minha missão era simples, até eu descobrir que nossos sangues estão interligados.
Julia que tinha chegado pegou parte da conversa e não gostou nada de escutar aquilo que eu dizia. Achou-me arrogante e prepotente em dizer tão abertamente o que eu tinha em mente. – Quem você pensa que é? Você não é nada perante os outros que freqüentam este local! Problemas e mais problemas. Antes eu estivesse apenas na companhia de Alecsander.
– Julia…
Como explicar para aquela vampira que o panorama havia mudado?
– Na melhor das palavras eu sou o que você chamaria de Inquisição. Estou aqui para garantir que a humanidade não corra risco de vida. Eu estava apenas cumprindo ordens, mas esta noite eu não poderei cumprir a minha missão.
Eu não podia simplesmente matar o Alec. Eu precisava ter certeza, mais do que eu já parecia ter esta certeza. Minha mente, minha razão, ainda tentava me convencer de que eu estava apenas enganada. Mas a minha alma e meu coração, brigavam e me xingavam dizendo que eu sabia a resposta. O F.B.I. não ficará nada contente. Ao menos, Alecsander parecia estar compreendendo a minha posição. Mantinha-se imparcial ao notar que eu estava batendo em retirada, antes de cometer uma carnificina, mas a namorada dele estava completamente ofendida com as minhas palavras, o que é bem típico dos vampiros, por eles serem arrogantes demais e acharem que um simples mortal não era uma ameaça tão preocupante em um ambiente como aquele.
– E o que você pretende fazer? Mate um e outros virão. Outros mais poderosos.
Eu estava começando a perder a minha paciência. Meu objetivo no momento era apenas Alecsander.
– Julia, por favor… Se acalme.
Os dois começavam a discutir. Ele tentando mostrar a ela que nada aconteceria e ela tentando mostrar a ele que seria um erro deixar eu ir embora. Ouvindo os dois conversando minha alma ficava cada vez mais arredia. Era claro que Geburah estava sedento pela justiça e que aqueles dois matariam pessoas inocentes. Cordeiros de Deus nas presas dos lobos. Togarini também se agitava. A confusão deixava clara que as coisas tendiam apenas piorar. Eu precisava colocar a mente em ordem. Precisava acalmar aqueles arcanjos que estavam comigo para uma situação de emergência. A espada saía com extrema facilidade e em uma velocidade até anormal para os mortais. Alecsander notando o que estava para acontecer, tentou me deter…
– ALICE!!! NÃÃOO!!!
Alecsander não consegue deter o movimento da espada e mais uma vez corto parte de meu corpo. Na tentativa de colocar a mente em ordem, o ato quase me custa à vida.