Quando chego ao cais, encontro um verdadeiro tumulto. Vários repórteres tentando ganhar um furo com um grupo de amigos que aparentemente encontrou um pirata nas Ilhas do Caribe, que proporcionou um verdadeiro espetáculo mórbido e sangrento. Os repórteres ainda deviam ser evitados, pois encontrá-los apenas me atrasaria, quando em mente apenas uma pessoa poderia me responder a verdade. A simples e pura verdade que tantos outros a condenariam dizendo que ela estava insana. E isso eu conhecia muito bem.
O Alvo foi marcado, quando eu vi o capitão do navio que os trouxe de volta para Nova Orleans. Ver o capitão arredio ao me ver, não foi pior do que ver ele soltar tudo que eu precisava, só pelo simples motivo de querer me ver longe dele. Mas eu sabia em primeira mão, o que os repórteres ainda lutariam para saber, já que eles estavam preocupados mais com as visões dos jovens resgatados.
Peguei meu carro, indo em seguida para o hospital, mas chegando lá, além do movimento dos pais preocupados, da polícia interrogando, dos repórteres atrás do Furo de suas vidas. Eu tinha que me preocupar com o fato de haver os seguranças do Hospital, enfermeiros que tentavam acalmar os demais e acima de tudo isso, gelar as almas de todas estas barreiras mostrando minhas credenciais do FBI e buscar quem eu queria, sobre olhares amedrontados ou nada contentes em me ver por ali.
– ALIICEE!!!
Gritou com grande alegria, a minha amiga Margeau. Pude ver ela corendo em minha direção, dando pulinhos de alegria. Ela é uma das poucas que ainda consegue ficar contente ao me ver, mas seus olhos não mentiam, além do pavor que eu costumo causar nas almas das pessoas, eu pude notar que ela precisava desabafar comigo o mais rápido que podia. E esta chance eu não podia deixar escapar. Com calma, levei a Margeua para um lugar mais calmo, longe das pessoas e dos repórteres, e foi quando minha amiga começou a disparar a verdade naquela fala rápida e carregada de sotaque Cajun o que realmente aconteceu.
– Ai!!! Como eu queria que você estivese com a gente Alice. Essa maldita viagem proporcionou mais um encontro com Zumbis. Daqui a pouco vou estar achando que eu sou a Daphne do Scooby-Doo. Estava indo tudo bem, sabe? Se não fosse as duas antas da Clarice e da Ane, que foram mexer na caverna que tinha no meio da Ilha… Numa caverna de um Hongan.. Você acredita nisso Alice? Aquelas duas antas patológicas foram mexer justo na caverna de um Hongan… Justo depois de terem sido avisadas sobre os mitos que rondavam naquela Ilha.. Mas elas escutam? Não… É claro que não… Pagaram pela burrice.. Foram as primeiras a morrerem nas mãos dos Zumbis… E depois disso nos deram o maior trabalho…
Ela não parava, era claro que ela estava nervosa. Muitos morreram na Ilha, pois era um reencontro de turma de faculdade, mas o que mais me interessou, foi um amigo em questão. Vincent Ciolin, ou como ela mesmo o chamava… Vinny.
Entre os sobreviventes, Vinny foi considerado um herói, justamente por saber muito sobre hackeamento, abrindo um cofre-forte, onde eles puderam se esconder até descobrir uma forma de reverter o que tinha acontecido.
Margeau, não parou de elogiar a genialidade de seu amigo que conseguiu fazer tudo isso, em meio aos ataques dos zumbis e dos tiros que eram dados, na tentativa de manter a defesa do grupo de estudantes. Quando perguntei como eles conseguiram armas, ela contou sobre o dono do hotel que arranjou as armas para eles um pouco antes de morrer nas mãos dos Zumbis.
Foram horas e mais horas de horror. Tudo que ela me contou, poderia ser tido como um filme trash ou então um belo filme de terror se pego por um diretor esperto, mas aquela história com tantos detalhes, de como tudo acabou, em certo ponto graças a Margeau e ao Vinny, nunca chegaria da forma correta até as mídias. Até porque ninguém acreditaria neles. Jamais acreditariam.
Fiz um cafuné na cabeça de Margeua e a abracei, murmurando que estava tudo bem e que ela estava a salvo agora, pedi apenas para ela me mostrar quem era o tal Vincent e com um sorriso um pouco mais aliviado, Margeua me mostrou o rapaz. Agradeci de forma curta me despedindo dela, mas aquele olhar… Aquela mescla de medo e tristeza, por mais que ela quisesse, ela nunca conseguiria disfarçar… Mesmo com o sorriso que ela forçou em seus lábios ao se despedir de mim e sair logo em seguida…