Vinny não tinha compreendido o que tinha acontecido, achou que meu capote naval tinha pegado fogo com alguma coisa que poderia ter ali no cais para evitar que a vítima sobrevivesse. Mas ele ainda não tinha presenciado tudo que podia presenciar. Ele ainda teimava em se manter um adormecido, mesmo depois de tudo que aconteceu nas Ilhas caribenhas. Mas não estava em meus planos mostrar a realidade para ele. Não naquele momento do Cais que ele ainda pensava em como encontrar o maldito serial-killer. Pude presenciar Vinny se dedicando depois disso. Mais uma pista, mais um disquete para ser desencriptar. Mais duas vítimas. Vinny se superou daquela vez. O local das duas vítimas eram perto uma da outra, o assassino estava querendo me dizer algo, mas eu ainda descobriria. Os agentes do FBI conseguiram chegar a tempo, chegamos a ver o assassino, agora tínhamos um rosto. A partir dali, a perseguição foi mais intensa e o assassino aparentemente tinha ido para um beco sem saída ao subir no telhado do prédio. Vinny estava ajudando um dos agentes com as vítimas e eu segui sozinha com outros dois agentes. Mas quando cercamos o maldito, algo berrava dentro de mim. Algo estava muito errado naquele momento. Nada… Não era possível, não tinha como ele escapar? Mas a sensação não me abandonava, até eu escutar o primeiro grito. Corri na direção do grito a tempo de ouvir o segundo grito. Quando finalmente alcanço o local, meus temores eram confirmados. Pude ver diante dos meus olhos uma criatura burlesca de corpo grande e garras afiadas. Seu corpo expelia uma gosma sulfúrica e as presas estavam recobertas de sangue fresco.
– Aaaliiiceeeee!!!!
Aquela voz gutural, proveniente daquele ser maldito ressoava naõ só em meus ouvidos, mas em minha mente e em minha alma. Aquela voz que faria qualquer um temer de forma insana e desacreditar na existência de Deus, trazia os gritos de socorro dos agentes mortos aos pés daquela criatura. Ele ria. Ria de uma forma insana olhando em meus olhos, enquanto eu puxava a minha espada apontando na direção dele.
– Não acabou Alice… Nunca acabará.
Gritava, enquanto eu escutava o som da porta do telhado se abrindo.
– Alice!!!
Era a voz de Vinny, a voz que por um momento desvencilhou minha atenção, dando os segundos necessários para aquele ser Bestial fugir de seu julgamento.
– Alice!!!
A voz se aproximava e Vinny pode apenas me ver ajoelhando ao lado dos agentes mortos, fazendo o sinal da cruz em suas testas para depois fazer um sinal de cruz na minha testa.
– Ainda não terminou Vinny… Ele conseguiu escapar…
Vinny reporta que mandou a descrição do assassino para o FBI e para a polícia de Nova Orleans. A caça provavelmente chegaria ao fim. Mas eu não poderia falar para o Vinny, que o que enfrentávamos era um demônio. Talvez tenha sido um erro colocar um civil em uma operação do FBI, mas Vinny queria que a justiça fosse feita, pois tal assassino, não merecia viver. Se ele soubesse o que iria enfrentar, talvez as palavras dele fossem diferentes.