Vincent Ciolin. Este é o nome do rapaz de 23 anos, cabelos loiros e olhos acinzentados. Rapaz que o esporte não faz parte do dicionário dele, pois assim demonstra claramente o seu físico. Este é um rapaz, pelo qual foi descrito, como sendo um daqueles rapazes que justificam a inteligência exacerbada e o apelido de “Nerd”. Foi no meio de tanta confusão, entre os pais preocupados e amigos de uma turma que sofreu um bocado com um ataque sádico e regado de sangue, efetuado por um pirata nas ilhas caribenhas, que pude observar melhor o amigo de Margeau. Vincent, aos meus olhos, parecia um daqueles rapazes um tanto quanto solitário e largado no mundo. Enquanto todos estavam com seus pais, avós, tios, o que quer que fosse, ele se encontrava só, sendo apenas assistido por um dos enfermeiros ou até mesmo por um dos médicos, e foi com um dos médicos que eu averigüei que Vincent já estava pronto para receber alta, aguardando apenas o interrogatório dos policiais. Mas eu não tinha tempo para perder com o processo burocrátido de repartições menores, a polícia de Nova Orleans que me desculpasse depois. O tempo urgia, pois a vida de uma jovem dependia de mim e aguardava que eu desvendasse as pistas deixadas, e pela descrição de Margeau, Vincent era justamente a resposta para as minhas preces. Aproximei-me com calma, mantendo os óculos escuros em minha face, mas ao que me apresentei, eu jamais poderia esquecer o temor que eu vi naquele olhar, nem mesmo poderia me esquecer o esfregar das mãos nos braços, tentando espantar o calafrio que foi afligido na alma assustada do rapaz. Pedi para que ele me acompanhasse até um local mais reservado, pois precisava conversar com ele em particular. Não tendo muitas opções, Vincent me seguira, baixando a cabeça quando a polícia tentou barrar a nossa passagem. Mas nada como a apresentação de minhas credenciais e o olhar erguido em direção aos olhos dos policiais. Mesmo com os óculos, aquele calafrio que eles sentiam nunca passaria despercebido, assim como o engulir da saliva que parecia inexistir, enquanto eu acabava de me identificar e falar que o rapaz estava sob a custódia do FBI.

– Ele se apresentará às autoridades competentes depois que responder algumas perguntas para o FBI.

Os policiais não ficaram nem um pouco contentes com o tomar de uma das testemunhas do caso que eles tinham em suas mãos, mas o olhar entregava que eles agradeciam aos céus porque era apenas uma das vítimas e não todas elas. Vincent não sabia se agradecia, ou se preocupava com a situação, mas foi dentro do carro enquanto eu o levava para sua residência que expliquei a ele o que eu realmente queria. Poderia parecer estranho uma agente do FBI de uma seção que nunca tinha sido mencionada, explicar que o caso se tratava de um Serial-Killer, com um Modus Operandis no qual um telefonema era dado, dizendo quando e “onde” duas vítimas dele morreriam. O problema morava justamente no onde. O S.K. deixava sempre um disquete com a localização das vítimas, tal disquete precisava ser decodificado, para assim descobrirmos onde estavam as vítimas. Expliquei sobre o problema da distância do pessoal especializado, sobre a falta de tempo que tínhamos, assim como o fato das duas vítimas sempre morrerem, muitas vezes morrerem diante de nossos olhos, mesmo quando conseguíamos descobrir a localização, mais termos perdido segundos preciosos por conta do tempo de decodificação do disquete. Expliquei que o prefeito de Nova Orleans, não estava nem um pouco contente, assim como o FBI, pois o assassino deixava claro que sempre esteve perto de uma das vítimas em questão. Zombando dos agentes ao dizer em detalhes as nossas reações, quando a tentaviva de resgate era frustrada. Vincent escutou tudo com os mínimos detalhes, pediu para verificar os disquetes que tínhamos e foi aí que eu encaixei esta nova peça em meu mundo. Eu estava determinada a pegar aquele maldito S.K. e Vincent era um rapaz de fora do FBI, que o SK desconhecia. A sorte daquele assassino estava para mudar. Meu superior não gostou muito da situação, estávamos envolvendo um civil em uma operação do FBI, mas a genialidade do rapaz, fez a seção 9 mudar completamente de opinião. Uma ligação… duas novas vítimas…

– Aqui está a localização das vítimas e do assassino.

Praticamente arrastei Vinny comigo, junto com seu laptop e um celular global que daria oportunidade a ele para continuar o seu trabalho. Uma das vítimas foi localizada por meus companheiros de serviço e a outra, eu e Vinny cuidaríamos do assunto, já que era com a minha vítima que o assassino estaria. Localização: Porto de Nova Orleans. Vítima localizada. Portão trancado por um forte cadeado. Erro número um.. ter parado diante do portão. Cada segundo sempre foi precioso, e Vinny mal conseguiu conter o grito, quando me viu atirando o Jaguar (X-Type), contra o portão e mesmo assim continuar a dirigir em direção à vítima que estava distante o suficiente do portão. O corpo da vítima pendia pendurada pelo pescoço por uma corda. O carro, derrapava enquanto a janela era aberta e minha mão saía empunhando uma das minhas Eagle disparando na direção da vítima. A corda era arrebentada, enquanto o corpo caía inerte no chão.

– VOCÊ É LOUCA!!!

Meus dentes rangiam, eu não tinha tempo de verificar a vítima. Enquanto meu carro parava e eu abria a porta, tratei de correr até o porta-malas pegando algo lá dentro.

– CUIDE DA VÍTIMA!!!

Gritei para Vinny, enquanto eu escutava o ligar do motor de uma moto e o acelerar da mesma. Meus olhos localizavam o maldito através da lupa, enquanto eu engatilhava o Barret. Primeiro tiro, sem tempo de mirar, a bala passa arrancando faísca da garupa da moto. Segundo engatilhar, segundo tiro, a bala passa raspando no casaco do maldito que mudou de direção parecendo antever o disparo. A distância estava grande, o maldito era precavido. Vinny chegou a tempo de ouvir algumas palavras em aramaico e o cerrar do meu punho. Até aquele momento, ele pensou que eu estava praguejando, até sentir o cheiro de alguma coisa queimando e ver algo que era incomum aos seus olhos.

– MEU DEUS!!! MEU DEUS!!!

Eu tacava o Barret no chão, assim como meu capote naval, esmurrando em seguida o carro, tínhamos chegado muito perto de pegar o assassino…

– Ó MEU DEUS!!! Ó MEU DEUS!!! ELA ESTÁ MORTA!!

Eu olhei para Vinny, olhei de modo furioso, quando eu via o rapaz descontrolado por tudo que ele presenciou.

– AO MENOS UMA DAS VÍTIMAS FORAM SALVAS… CONTROLE-SE!!!

Pude ver Vinny se encolhendo. O Assassino fugiu por questão de sorte… A vítima morreu por questão de segundos perdidos. Meus esforços não adiantaram neste dia, mas com a ajuda do Vinny eu sabia que era questão de tempo para que finalmente eu desse cabo daquele maldito.