Uma semana nunca foi tão lenta, quanto aquela que fiquei em recuperação. Quanto mais tempo eu ficava no hospital ou de repouso, mais arredia eu ficava. Mas Jean sempre dava um jeito de me dar calmantes e soníferos em grandes quantias para que eu dormisse de forma tranqüila.
Ao findar da semana, quando Jean saiu para tomar um pouco de café, a surpresa que ele teve não foi nada agradável.
– Mas que diabos…
Um enfermeiro se encontrava com os olhos vidrados e seu corpo tremendo mais do que tudo. Toda aquela ala parecia ter visto um fantasma ou coisa pior! – Alice!!!
Murmurou Jean deixando o copo descartável cair ao chão e correndo para o quarto em que ele achava que eu estava. Mas a realidade para ele foi outra e ver a cama vazia e nenhum sinal de minhas roupas, foi um tanto quanto frustrante.
– Por que é tão difícil você pedir ajuda?
Murmurou, saindo do quarto do hospital e indo para um local que ele pudesse ligar. Mas Jean sabia que as coisas não seriam tão fáceis assim.
O tempo começou a correr e a noite se aproximou em uma velocidade fora do comum. Aquele lugar continuava movimentado e nunca um cigarro pareceu tão interessante quanto naquele momento. Meu celular se encontrava desligado e assim eu devia mantê-lo para evitar a cavalaria indo ao bar para me resgatar, ou até mesmo evitar que os mocinhos fizessem besteira antes da hora.
O caso era meu e eu não deixaria que me retirassem dele por pensarem que eu estava insana, ou tomada por uma justiça pessoal. Apesar de que Jean sabia que o caso tinha aspectos fora do padrão.
Passei horas observando a movimentação do bar. A mesma escória de sempre, mas meus instintos diziam que Alecsander não estava lá dentro, e que também não estava distante. Eu podia sentir isso em minha própria pele.
– Uni…
Meus olhos fecharam vagarosamente e minhas mãos tencionaram no volante.- Duni…
Uma imagem nublada surgiu diante de meus olhos fechados, mostrando-me um lugar enquanto meu coração batia de forma melancólica. Aos poucos a imagem se tornava mais visível e minhas mãos se afrouxavam. O sorriso despontava em meus lábios e a porta do carro era batida.
– Gotcha!
Estava na hora de colocar as cartas sobre a mesa.