Gritos, sussurros, sombras que cresciam em suas novas formas e que cravavam suas garras ao meu peito. Ficavam-nas fundas, quase alcançando meu coração, em seu desejo imenso de arrancá-lo de meu corpo.
Riam, sorriam maliciosas, murmuravam baixo em meu ouvido.
– Tolo!
E eu me reerguia, rangendo meus dentes, sentindo minhas costas doerem de tão intensos que vinham sendo os ataques que desejavam arrancar minhas asas.
Sim…
Era isso que aquelas sombras desejavam…
Arrancar-me os sentimentos, as asas, a liberdade de sentir e ser aquilo que sou.
Arrancar-me o orgulho, as lágrimas, os sorrisos, a alma e a fagulha ainda existente em minha vida.
Respirava fundo, não largando minha lança, não me importando com os novos ferimentos, ou quão fundas seriam minhas novas marcas de batalhas.
Não deixaria que me vencessem, que me prostrassem novamente ao solo em novas correntes e o desejo de desistir das batalhas.
Não!
Jamais desisti de minhas batalhas, fossem elas iluminadas ou não.
Antes eu batalhava atrás de uma esperança, de uma luz que andava tão agrilhoada quanto minhas asas.
Libertei-me, urrei aos meus inimigos em meio aos meus prantos, cai de joelhos não desejando mais nada, mas Ele, Estrela da Manhã, provou que eu jamais deveria me deixar intimidar por meus inimigos.
Batalhei. Mais uma vez batalhei ferozmente, com minhas asas feridas, com meu corpo idem e mostrei a Ele, mostrei a todos que este anjo ainda não fora derrubado.
Temos nossas batalhas…
Um voltara a brilhar de modo imponente…
E eu voltei a espalhar as sombras aos corações dos inimigos.
E não há dança mais bela quando luz e sombras chocam-se na intensidade do momento.
Ergam-se!
Ergam-se!
Vis criaturas em peles de cordeiros, pois tuas almas serão arrebatadas por mim e deleitadas por aquEle que vocês mais temem em seus corações.
Tolos!
Tolos!
Quão tolos são aqueles que acham que conseguem enxergar.
Que meu riso assombre seus corações e que venham a mim, meus tolos cordeirinhos!