Veja também: Manuscritos – Parte 1
Sorrio.
Oras, por que não me divirto?
Venho pensando nas palavras invejosas daqueles que me vêem a rondar.
Pensam em domínios e feitiços, até como me aprisionar.
Mas ainda sim, sorrio.
Cantam seus cânticos em feitiços para encantar e gargalho um bocado ao notar a frustrações em seus olhares e seus praguejares.
Sim, eu sorrio e até me divirto.
Divirto-me um bocado quando os lanço em sombras e martírios.
Ao arrancar as lágrimas de seus corpos fugidios.
Gargalho com a impotência reinante em seus olhares e suspiro ao quebrar suas ditas almas inquebrantáveis.
Sorrio e como eu me divirto.
Derrubo reis com xeque-mate.
Arranco grito das rainhas desesperadas.
Sorvo ilusões dos príncipes audazes.
Deleito-me com a sofreguidão das princesas mal amadas.
Divirto-me, ah, como rio.
Pequenos querubins, como eu me divirto.
Que venham os anjos e os serafins.
Dêem a mim o que desejam dar e partam daqui quando eu desejar.
Meus irmãos se divertem de outra forma, mas qual prazer os mortais podem me dar?
Um coração partido, uma alma arrependida, as lágrimas que desejam derramar.
Suas dúvidas é o que podem me dar.
Seus anseios para que eu os possa alquebrar.
Suas dores, seus temores, o abismo em que deseja mergulhar.
Sim, por fim me divirto.
Com aquilo que você menos deseja me dar.
Cordialmente,
Beel