Veja também: Visões – Parte I

Era um evento diferente.

Jamais achei que a identidade dela fosse revelada daquela forma, mas quando se une entidades tão díspares tudo parece possível.

Ela estava com outra aparência, chegou a modificar o cenário inicial para que sua própria mente não a acordasse antes da hora e mesmo acordando antes do findar do evento, ela conseguiu parte do que ela queria.

Tudo começou com um local que ela tem freqüentado ultimamente, até mesmo a aparência das pessoas ela escolheu.

Mas sonhos são imprevisíveis, assim como os demônios e os anjos são.

Ela precisava das peças corretas para arrancar uma pequena informação.

Ludibriar os guardiões dessa peça chave foi um bocado interessante.

Um pouco de malicia e luxuria esculpido em um corpo que atraiu a atenção de criaturas invejosas sedentas por poder foi só a introdução do espetáculo. Ela os conduziu de forma grandiosa, enquanto buscava o que queria.

Enquanto a briga por aquela criação crescia, por um breve momento ela quase foi descoberta, engolida por outros guardiões que despertaram, mas esconjurá-los… Exorcizá-los… Exigiu muito dela.

Em outro canto a batalha crescia entre dois guardiões que tinham ambições pelo ser que acompanhou aquela moça que parecia desinteressada por aquilo que tanto brigavam.

Ele mesmo parecia se divertir com a briga que acontecia. As coisas estavam perdendo o controle naquele mundo dos sonhos, cheguei a conversar com aquela criação feita por ela e ele me disse que não se importava com o final daquilo tudo.

Alguém mais entrou no sonho… Talvez outro guardião… Não sei bem quem foi, mas ao gritar um nome que não devia ser pronunciado naquele local, pude ver a própria criação dela sorrir em sarcasmo… Dizer que não era possível ter uma entidade como aquela naquele local…

Meu coração bateu forte, pois a entidade que revelava a verdadeira identidade dela começava a contestar aquele ser perguntando por que então ele se sentia tão calmo perto dela…

Cheguei a pensar que tudo naquele sonho se voltaria contra ela, quando ela surgiu atrás de sua suposta criação tocando-o no ombro e desfazendo aquele sonho…

– Odeio acordar quando o sonho está ficando interessante…

Escutei o resmungar e ela olhava agora para o teto respirando fundo… Ela sabia de minha presença, sabia quem havia interferido no sonho… Sabia quem era a criação dela, mas o mais importante era que mais uma vez ela confirmava em seus sonhos porque a chamavam de Priest ou de Inquisidora.

– Por que desejam tanto tomar o meu lugar? – murmurou fechando os olhos, pensando sobre a nova peça que ela teria que um dia buscar em Sonhar.

– Você devia se perguntar por que ele se sente tão calmo ao seu lado…