As mulheres temiam por suas crianças, os homens temiam por aquela moça de cabelos dourados e com olhos de mesma cor. O abrir da porta e o entrar do ar frio, faziam com que todos direcionassem os olhos para quem havia chegado e trazido o sorriso àquela moça. Por um momento não sabiam. Juravam ver três sombras com olhos tão marcantes e logo o medo acometia suas almas.
– O que está havendo aqui? – pergunta Aalea começando a ficar preocupada com aqueles olhares que pareciam temê-las.
Rowanna sentia um estranho calafrio com toda aquela situação, pois aqueles que as olhavam daquela forma e viam-nas uma vez a cada lua, agora pareciam ver fantasmas que assombravam suas almas.
Alexia bateu a porta bruscamente, quebrando aquele silêncio sepulcral. Rowanna e Aalea se assustaram, deixando suas vozes saírem em um grito curto e inesperado. As pessoas se assustaram brevemente, mas logo pareciam despertar do transe em que se encontravam.
As crianças choraram, as mães abraçaram seus filhos e os homens balançaram a cabeça ou passaram a mão ao rosto.
Alexia observava aquilo e Aalea se aproximava dela perguntando porque ela tinha feito o que fez. Alexia nada dizia, dando às suas irmãs mais novas, novamente, a impressão que ela estava distante.
O dono do lugar, saía de trás do balcão, pedindo perdão pela demora no atendimento, mas parecia não se lembrar do fato acontecido há tão pouco tempo atrás. Nem ele, nem os que estavam presentes, nem as irmãs mais novas de Alexia.
A moça de cabelos dourados, sorria de forma perturbadora, observando a mais velha das três, mas logo seus pensamentos eram quebrados, quando uma voz jovial parecia interpelá-la.
– Boa noite, jovem moça. Está de passagem?
Aqueles olhos dourados se dirigiram a quem interferia em seus planos. Mas, seu sorriso não pode ficar mais belo, ao ver aqueles olhos azuis claros diante dela.