Aalea não compreendia o que ela havia feito de mal, sua irmã mais velha estava zangada e Rowanna em nenhum momento a defendera. Ela sabia que Alexia andava estranha há alguns dias, mas ver-la gritar daquela forma, era algo que ela jamais havia presenciado. Era como se algo estivesse as separando. Rowanna via a irmã caçula se retirando, chegou a desistir de quebrar o feitiço que a emudecia, para poder ir consolá-la, mas Alexia a segurou pelo ombro e Rowanna estranhara.

– Que a noite caia e o silêncio se quebre! Que a noite caia e o silêncio se quebre! Que a noite caia e o silêncio se quebre!
Rowanna sentia o toque suave sobre seu pescoço, os dedos de Alexia podiam ser tão delicados e sua voz tão baixa, mas se havia sido Alexia a colocar o selo, o que exatamente Aalea não podia saber? A irmã do meio pode sentir aos poucos sua voz voltando e sentir sua irmã mais velha ficando gelada.

– Alexia?

Não havia sido ela quem lançara o feitiço. Alexia nunca fraquejava daquela forma.

– Aalea…

Rowanna não compreendia o que Alexia queria dizer naquele momento, mas logo seu coração disparou, quando Alexia a empurrou sutilmente, afastando-a dela.

– Aalea… Não!

As pessoa olhavam a irmã dos cabelos de fogo, correndo pela estalagem, subindo as escadas que a irmã dos olhos celestes havia seguido. Murmuravam entre si, vendo a mais velha das três, tremendo e tão abatida. Rowanna abria a porta, buscando com seus olhos, a caçula chateada. Ela devia estar ali, tinha que estar ali, mas a janela aberta, soprando os finos véus cor de areia, faziam sua alma gelar.

– AAAALEEEEAAAA!

Seu grito ecoou na calada da noite, mas nenhuma resposta fora obtida.