– AAAALEEEEAAAA!
Aquele grito ecoava chegando aos ouvidos da mais nova das três e ela apenas continuava correndo.
Suas lágrimas corriam pela face, enquanto sua alma tentava compreender porque elas tinham reagido daquela forma. Alexia estava diferente, estava mudada. Rowanna não a defendera, ficara muda. Porque ela deveria voltar então? Faria elas compreenderem o quanto haviam errado, o quanto elas haviam a machucado. Ela nem ao menos pode se despedir de Goldie que sumiu na calada da noite enquanto ela levava bronca.
– Não! NÃÃOO! – Uma voz parecia estar apavorada, repetindo esta palavra de forma espassada em tom crescente. Por um breve momento Aalea para. Seu coração palpitava agora mais forte do que já estava. Ruas vazias, sombras ameaçadoras e ela sozinha.
– NÃO… POR FAVOR.. NÃÃOO!!!
Aquela voz! Aalea reconhecia como sendo a voz de Goldie e se ela corresse perigo? Não, ela não poderia voltar e pedir ajuda. Aalea corre na direção que escutava os gritos. Seus cabelos negros batiam-lhe às costas e seus olhos buscavam o corpo da moça que deveria ter sua idade.
– LUX! – gritou de modo firme em um local obscuro de onde vinham os gritos. havia sangue espalhado ao chão, o manto de Goldie mas nenhum sinal do corpo. A pequena orbe de luz iluminava aquele local. Aalea sentia seu coração apertando, descompassando. Sua mente formulava as palavras que serviriam para ajudá-la a encontrar Goldie.
– Grrrr..Aarrrleeearrr!
O nome dela era rosnado, seus olhos ficaram vidrados. Todos seus poros se arrepiavam. Aos poucos ela foi girando o corpo e em meio às sombras olhos dourados a fitavam de forma sádica.
– NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO!!!!
Aalea pode apenas sentir aquela coisa negra saltar sobre ela, sua pele começar a ser lacerada por garras imensas, seu grito ser cessado quando a garganta foi rasgada.
Foi tão belo para ela ver que Aalea tinha reconhecido sua algoz e quão doce era o sabor daquele coração, daquele sangue, daquela alma. Sua língua lambeu aqueles lábios entreabertos e erguendo o corpo, seguiu em seus passos pesados para as sombras.