Ela dormia de forma serena, inocente em sua cama e sua dor. A outra, mais ingênua, julgava-se esperta, mas ainda não havia descoberto porque não conseguia falar. Um selo simples, colocado de forma sutil. Bastava um toque e nada mais e ele podia fazer-la silenciar-se. Poderia desfrutar de sua arte logo ali ao lado da mais velha. Mas ainda se divertiria, pois sabia que não precisaria ir atrás da irmã do meio e que seria ela quem o buscaria. Deleitava-se ao ver o corpo de Rowanna tão desprotegido, já esquecido da verdadeira dor da perda por achar que a mais velha estava indiferente, e deixou-se sorrir de forma sádica, pois a mais velha das três não estava alheia aos fatos. Na verdade, ela estava sofrendo a mais dolorosa parte: O ver e não poder interferir.
Por um momento lambeu os lábios mantendo seus olhos dourados no sutil mover do peito que respirava, convidando-o para que arrancasse o coração e findasse mais um ataque. Suas garras deslizaram de modo suave sobre a pele clara, deslizando aos lábios tão convidativos de sua presa, arrancara-lhe um pouco o sopro da vida, fazendo-a rebuscar o ar como quem tenta se recuperar do início de um pesadelo. Sorria mais sádico ainda, quando as garras deslizaram pelo queixo de Rowanna, alcançando-lhe o pescoço por um momento. Seus olhos brilhavam tão intensos, sentindo o selo que fora rompido uma vez por Alexia e sutilmente retirou o selo para que ela o chamasse.
Riu de forma baixa, quando voltou a deslizar as garras e ao peito o coração que começava a se acelerar. As presas se faziam mais presentes, quando o corpo da jovem começava a envergar. Olhos sedentos e famintos que deixavam as outras garras deslizarem pelo ventre da menina tola, que em sua ingenuidade o buscara e o desejara, sutilmente desciam ao baixo ventre, pressionando um pouco mais forte a pele macia e quente. O corpo da jovem reagia em meio ao sono que a mantinha aprisionada e o cheiro alcançava as narinas do predador.
– Busque-me… Deseje-me…
E seu dedo invadia a intimidade da presa, sentindo todos os desejos escondidos. Sentindo o que ela queria e sorrindo de uma forma mais sádica, deixou que a garra arranhasse a pele delicada e protegida de uma forma brusca, obrigando que a jovem se libertasse dos grilhões do Sono e o buscasse de forma mais intensa que ele já havia feito.
Rowanna acordara de forma repentina, sentia seu coração acelerado e algo mais que ela só sentira quando havia descoberto seu próprio corpo e seus próprios desejos. Levava a mão ao local, rebuscando o ar, tentando acalmar aquela ansiedade que a consumia, mas à sua mente vinha apenas aquele par de olhos, aqueles toques que sentira e que a fizeram se sentir protegida. Ela movia os dedos de forma mais intensa, mas nada parecia aplacar aquele desejo e Alexia ainda dormia ao seu lado. Os olhos verdes buscavam as sombras, desejando que aquele rapaz estivesse ali dentro, mas ele não estava. Com cuidado se erguera da cama e beijara a fronte de sua irmã.
– Desculpe-me…
Sussurrara de forma baixa, afastando-se de forma silenciosa e com cuidado Rowanna abriu a porta, fechando-a atrás de si, quando no corredor já se encontrava. O Silêncio canhestro a fazia sentir arrepios e como uma sombra ela se moveu. Via diante de seus olhos a porta em que o jovem entrara, arrumando o lençol que cobria seu corpo, por três vezes respirou fundo. Confusa com seu próprio impulso, três batidas leves deu à porta, escutando o silêncio do aposento. Quando a desistência começava a ser o impulso mais forte, a porta abriu-se diante de seus olhos e o rapaz a observou. O Corpo nu, definido em perfeição, não se mostrava envergonhado como o rosto de Rowanna que por um momento corara, e em seu semblante sério tocara os lábios da jovem que o buscara.
– Shh! – Conduzindo-a para dentro do quarto quebrando o silêncio do corredor ao cerrar da porta, atrás dos dois.