Ele repetia para ela a pergunta de forma baixa. Sua mente fazia que a mesma ecoasse por várias e várias vezes. Aquilo a estremecia, fazia seu coração acelerar, suas mãos gelarem e seu corpo implorar para falhar de alguma forma. Mas, ela ainda batalhava. Não podia deixar que ele a envolvesse daquela forma, que a subjugasse daquele jeito. O Medo era a maior arma que ele possuía. Medo e culpa. Alexia tentava respirar fundo, ainda que sentindo as mãos trêmulas. Sabia que ele sorria, se deleitando com aquilo. Não queria olhá-lo aos olhos, não queria ver o monstro que a continha em mãos e garras enormes.

– Olhe para mim! Olhe para mim, Alexia!

Ele ordenou em meio a bramir rouco e ela mais uma vez olhava aqueles olhos dourados. Podia vê-lo sorrir, podia sentir as garras perfurando seus braços. Mordia os lábios para suplantar a dor que sentia, mas não podia conter o frio que parecia crescer em seu corpo.

– Quem é o verdadeiro monstro, Alexia?

Ele queria uma resposta, não diminuiria a intensidade do apertar de suas garras em meus braços enquanto resistisse em respondê-lo.

– QUEM É O VERDADEIRO MONSTRO?

Urrou, deixando seu rosto mudar por breves segundo, mostrando-me suas presas afiadas o tamanho que sua boca podia ficar e o estrago que poderia fazer se a mordesse no rosto.

– EEEEUUU!!! – Ela gritou. Seu corpo estremecia e seus olhos deixavam as lágrimas escaparem, enquanto a confissão era recebida com um sorriso aos lábios dele.

– Eu… – a voz agora mais fraca e a cabeça baixa, deixavam o corpo dela ser acolhido por aquele monstro, que a abraçava e acariciava os cabelos.

– Eu… – um suspiro escapava de Alexia e um respirar profundo escapava de Goldie em sua forma masculina.

– Sim… Minha doce Alexia! – murmurou serenamente – Você é a única culpada de tudo que aconteceu.

Ele podia sentir a mais velha, cerrando os dedos às roupas dele, escutá-la chorando copiosamente. Conhecia os pecados de

Alexia, cada um deles, mas não estava ali para dar uma morte rápida àquela mulher de cabelos castanhos e olhos violáceos.

– Vá embora… Deixe-me em paz… – Alexia implorava de modo fraco, não sendo muito convincente à Goldie que via a moça apenas se aninhando mais em seus braços.

– Sabe que não posso partir, Alexia. Não enquanto eu não fizer o que deve ser feito. – Goldie respondeu em tom baixo, buscando os olhos daquela irmã. Alexia reconhecia naquele tom de voz características de duas irmãs, assim como na forma dele olhá-la.

– Você não precisa fazer isso. Não… Precisa …

Goldie começou a rir ao escutar aquilo. Poderia Alexia, a mais velha das três, estar com medo de seu Destino?

A mais sábia estar negando aquilo que viu e que estava destinada, antes mesmo de sua visão? Goldie suspirou exasperadamente e deixou suas garras percorrerem o corpo da mais velha. Elas rasgavam o vestido com facilidade. Voltava suas garras depois e as parava em cima do ventre de Alexia. Seus olhos estavam frios, sérios e Alexia pôde sentir aquelas garras começarem a fincar em sua pele. Ele começava devagar e ela sentia o coração acelerando. Ele não faria aquilo, ele não podia, mas Goldie não parava. A dor aumentava cada vez mais, a pele começava a se romper o sangue iniciava em um filete fino e Alexia começava a compreender que ele estava a castigando por dizer que ele não precisava fazer o que devia fazer. Os olhos dela buscaram os dele, implorava pelo olhar para que ele parasse, mas Goldie não parava.

– PARA!!! POR FAVOR!!! PAAAAARAAAA EU IMPLORO, GOLDIE!!!

Um grito tão desesperado, um olhar tão desesperado e em nenhum momento levou a mão para tentar impedí-lo de continuar aquele ato. Goldie parou e a observou por um tempo, com calma, soltou o abraço, deixando seus lábios percorrerem a pele de Alexia, até estar praticamente ajoelhado à frente dela. Uma de suas mãos permanecia às nádegas cobertas de Alexia, mas seus olhos dourados, podiam observar aquela pele clara, maculada com o sangue que nescessitara arrancar para poder escutar o grito que queria escutar. Suspirava, sentindo o cheiro daquele sangue e sorria, deixando o rosto se abaixar um pouco mais e a língua percorrer o sexo de Alexia até o local que ele feriu.

Alexia estremecia. Goldie deixava seus dedos deslizarem pelos lábios úmidos, afastando-os com calma. Alexia estremecia mais uma vez e ele sorria, beijando o ventre de Alexia e lambendo as feridas.

A respiração dela estava se descompassando. Goldie podia sentir em seus dedos que Alexia não estava apenas com medo de toda aquela situação, seus lábios percorreram o corpo da mais velha, até a lingua deslizar por um dos seios. Sugou o mamilo e o mordiscou. Riu em tom baixo, quando seu dedo penetreou-a muito pouco e ela gemeu, deixou seus lábios alcançarem os dela e seus olhos observar as reações daqueles belos olhos violáceos. Ela respirava arfadamente, o corpo dela inteiro se arrepiava como ondas batendo na praia e Goldie repentinamente se virou e se afastou. Alexia caia de joelhos ao chão, levando as mãos ao rosto. A mais velha chorava copiosamente, quando Goldie saiu da cabana lambendo os dedos.

– Cinco meses, Alexia…

Ele a olhou por cima do ombro e ela sabia o que ele quis dizer com aquele prazo.