Tudo era silêncio e o dia parecia esvair junto à vida retirada de seu corpo em lâmina tão fria e raivosa. Aquelas palavras ditas posteriormente, deixavam suas pupilas dilatarem e ao cair da noite a dor tornou-se insuportável à medida que a pele ia rasgando por não suportar o corpo que agora parecia pequeno ante os músculos que se dilatavam cada vez mais.
O corpo girava em espasmos violentos buscando apoio na terra ensangüentada. Rasgava-lhe a firmeza, tal qual pedaços de tua pele caíam e seus ossos estalavam, quebrando-se se moldando, adaptando-se. Gritava em tamanha dor, em gritos cada vez mais guturais, deixando bramidos violentos escaparem de sua boca. Os tons noturnos ganhavam novas cores e o cheiro se intensificava. Passos pesados levavam-no a um corpo largado e sem vida deixando-se provar daquela carne e sangue que se misturava à terra e aos trigais.
Um bramir mais forte escapava da boca melada de sangue enquanto o corpo erguia-se lançando uma sombra à floresta não muito distante. Os pesos de seus ombros e seus corpos deixavam suas pegadas para trás e aquele cheiro não lhe saía das narinas. Suas marcas ficavam cada vez mais fundas às árvores que o recebiam e longa fora sua caminhada.
Por longo tempo observou aquele lugar. Farejando, rodeando-o até encontrá-la uma vez mais.
Seu corpo coberto de terra e sangue coagulado fora limpo por aquelas mãos. Sua pele eriçava mais uma vez com os lábios que percorreram sua pele. Seu sexo mais uma vez ficou ereto, ejaculando naquele sexo melado e quente e aqueles gemidos mais uma vez fizeram parte de sua vida. Aquele corpo, aqueles olhos violáceos que cada vez mais o provocava, permitindo que ele a arranhasse que ele a tomasse em um frenesi cada vez mais forte.
Seus olhos ganhavam mais vida, seu corpo desejava mais, sua fome desejava muito mais e pode escutar aquilo que mais queria escutar.
– Você pertence somente a mim.
Somente a ela. Como aquelas palavras eriçaram seu corpo, acelerou seu coração, aumentou sua fome. Uma a uma ele caçou. Atraiu cada uma pelos desejos que elas possuíam, separando-as, fazendo com que a força que possuíam fosse destruída pela cobiça da mais velha. Deleitou-se com aquele sangue, com aqueles corpos, com aqueles corações. Ria ao se lembrar da morte que tivera em suas mãos e agora um grito mais alto e agudo implorava para que ele findasse com a dor.
Os gritos cada vez mais belos estremeciam seu corpo, excitava-o. O cheiro de sangue começava a ficar presente nas cordas que usara para amarrá-la. A cama estava encharcada e seu corpo se debruçava sobre ela. Seu dedo passeava por aquele sexo molhado que não parava de fluir aquele aroma tão gostoso e ela gritava.
– FAÇA PARAR!!! POR FAVOR!!!
Riu de forma baixa, reclinando o rosto, a deixando perceber o dourado de seus olhos. O cheiro de sangue apenas aumentando à medida que os gritos dela se tornavam mais longos.
– POR FAVOR!!!! FAÇA PARAR!!! POR NÓS DOIS!!!
Seu semblante se manteve sereno e ele pode perceber à medida que ela era rasgada de dentro para fora, deixando aparecer entre suas pernas belos fios dourados encharcados de sangue. Alexia gritava e ele apenas sentia seu corpo eriçando à medida que seus olhos eram presenteados com aquela visão. O cheiro de sangue reinava, mesclado com aquele outro aroma tão delicioso. Seus dentes roçaram aquela pele macia, com cuidado imenso, retirando de cima daquela pele algo mais que sangue naquela pele pálida. Lambia aquela pele e com cuidado retirou algo dos lábios à sua frente.
Um choro, singelo, ganhava a noite junto com gemeres. Seus braços a envolviam, aquecendo-lhe a pele e com calma se aproximou dos seios que choravam aquele liquido tão precioso. Mais prantos era escutado, juntos com gemeres tão fraco e logo ele pode se deleitar com gritos mais fortes. Presas que arranhavam a pele pálida, cada vez mais faminta. Olhos que ganhavam brilhos mais dourados e intensificados. Pedidos de perdão sendo implorados e então, naquele olhar tão violáceo que ia perdendo o brilho, ele murmurou.
– Eu nunca pertenci a ti.
Com calma lançou os braços ao redor do corpo frágil e pálido, enrolando-o em um manto. Seu sorriso sereno era o presente que dava a ela e com calma embalava-a em seus braços, alisando-lhe os cachos dourados.
– Elas nunca mais a machucarão, minha doce e amada irmã.