Estremece a terra de uma forma assustadora. Os ventos gélidos rasgam os prados verdejantes batendo à porta do Castelo, arrombando-as sem dó. Sombras lançavam suas garras, avançando aquele espaço e ao trono a Rainha estava com seus olhos baixos. O Rei caído ao chão, possuía ferimentos que nem mesmo a magia de minha Rainha parecia cicatrizá-los e lágrimas desciam pelo rosto silencioso de uma Rainha que voltava a mostrar toda sua dor.
Risos… Risos… Eles se espalhavam pelo salão. Macabros, doentios sussurrando ao ouvido da Rainha que seu Rei fora derrotado. Minhas folhas caem como folhas outonais e não consigo ter forças para dizer algo à minha Rainha com seu olhar lamurioso sobre o Rei tombado.
– Força! Força! – as palavras chegavam à mente da Sidhe. Mas o semblante de um sofrimento que voltava com a força da Legião, cravava as garras em suas asas. As palavras que pediam para ela manter suas forças, pareciam não surtir efeitos e minhas folhas caíam cada vez mais.
– Eles o venceram… – Murmurou com a voz embargada, deixando o pranto tomar conta mais uma vez. O som dos grilhões voltavam a ficar presentes.
– NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!
O grito veio com a forma de mil Bean-Sidhes e pude ver minha Rainha caindo prostrada ao chão. Abraçando aquele corpo imenso de seu Rei, deixando as lágrimas fluir como rios que agora inundam os prados verdejantes. As sombras se assustam com o tamanho da dor contida dentro da Rainha e pude ver, por um leve momento, asas negras surgirem no lugar das asas translúcidas. Pude perceber que a sombra contida nela, crescera muito mais que as sombras que tentavam a aprisionar mais uma vez. Pude sentir quando ela elevou os corpos, dela e de seu Rei e ordenou-me em um tom de voz que me fez estremecer.
– Feche tuas páginas e não ouse abrir novamente até que eu vença esta nova batalha!
…